Stories.

as pseudo-escritoras

Duas raparigas que , ligadas por uma profunda amizade e por uma enorme paixão pela escrita, decidiram, involuntariamente, numa monótona e triste noite, escrever algo diferente, algo que as viciou. Algo que dura até hoje. Ana Campos & Nicole Morais (L)

sábado, 28 de janeiro de 2012

Capítulo VI (Parte II)

Depois de mastigar e engolir o pão que ela lhe dera, e de pensar em como perfeita ela era, disse:
- Sim, fica com mais classe. Hum, será? Talvez, não sei.
N: Eu também não sei, só tu é que me podes dizer - e sorri, com os olhos completamente rasgados.
G: Claro que tem a ver com isso. Ultimamente, o meu dia-a-dia gira todo em torno de ti - e, nesse momento, Gustavo agarra-lhe suavemente o queixo, puxa-a para si, e cola os seus lábios aos dela, suave mas intensamente.
N: E isso é suposto ser bom?
G: Achas que não? Para mim é. Acho que já te dei a entender isso…
N: Sim, já. Mas nunca temos a certeza disso, até porque os sentimentos mudam, não é? - o rumo da conversa já não agradava a Nicole, mas era ela que estava a torná-lo tão difícil... para remediar, sentou-se no colo de Gustavo, deu-lhe um leve beijo na face, e partilhou um pedaço de pêssego que tinha pela mesa.
G: Sim, mudam. Mas não do nada. Confia em mim quando digo que te amo, sim? - e pensou que fora demasiado directo; mas aquilo saiu-lhe de repente, inesperadamente.
N: Amas? – “directo demais, não?” pensava Nicole que, com isso, ficou sem saber que pensar, que dizer, ou que fazer. Enquanto isso, levantou-se, e começou a beber o seu café junto à janela, olhando o infinito.
Gustavo reparou na reacção dela. Por instantes, desejou ter ficado calado. "Só fazes porcaria!", pensou, irado. Mas o que está dito, dito está. Hesitou, olhando para ela em busca de uma explicação:
- Esquece o que disse. É cedo, ainda estou a dormir - e bebeu o seu café.
Enquanto ele dizia aquelas coisas, Nicole apercebeu-se do impacto daquela palavra dentro de si. O que poderia significar? Que também o sentia, ou que ainda era cedo para isso? Entretanto chegou-se de novo perto dele, sorriu-lhe levemente, pegou na mão dele e, para descomprimirem daquele momento, levou-o a conhecer a sua casa. Primeiro a cozinha por completo, depois a sala (...) enquanto ele fazia as suas observações, ela ria-se.
Gustavo ficou confuso; não percebera as reacções dela. E isso deixava-o intrigado, curioso; ele nunca sabia o que ela estava realmente a sentir ou a pensar. Pensava nisso enquanto observava a casa. Enfim, concentrou-se. No final, disse:
- Eu disse logo que a tua casa era digna de uma princesa! E já vi que tinha mesmo razão. Mas isto foi só um golpe de distracção, não foi?
N: Hum... Não sei do que estás a falar... - disse ela, tentando que ele passasse à frente. Mas viu que era sem sucesso, então foi deixando que ele falasse.
G: Sabes sim. Eu disse-te que te amava e tu fugiste. E não me venhas dizer que acreditaste na desculpa do sono porque eu sei bem que não! Fala comigo, diz-me o que sentes, eu preciso, eu tenho de saber! – O tom de voz de Gustavo estava mais elevado do que era costume; estava quase a implorar por uma resposta.
N: Eu não sei em que hei-de acreditar. Precisas de saber o quê, o que sinto? Porquê? - tudo o que ele mostrava sentir, era igualmente o que ela também sentia, não sabia era como lidar com a situação. Mas, no fundo, sabia que podia contar com ele para o que quisesse, até para admitir aquilo que sentia, e o que mais desejava Gustavo saber.
G: Não acreditas em mim, no que te digo, no que te mostro? Preciso de saber porque... eu quero ter-te comigo, quero que sejas minha! E quero saber se é correspondido ou não; porque eu não vou desistir de ti! Só se tu mo pedires... - e aqui a sua voz falhou - por favor - disse, enquanto a encostava à parede, enquanto encostava o seu corpo ao dela e lhe falava muito perto do rosto, com os olhos fixos nos dela, tentando decifrar algo que eles pudessem deixar escapar - diz-me o que sentes, diz-me!
N: Queres saber o que sinto, não é? Pois bem, vamos, eu digo. - Senta-se numa poltrona que está no seu corredor, levando Gustavo para perto dela. Ainda não me esqueci da nossa expressão: "não foi por acaso". E não foi, de todo! Adoro estar contigo, se é que isso chega. Ter-te perto de mim, é como se tivesse tudo e não precisasse de mais nada. És a minha vontade de acordar de manhã e ir passear, ir beber um café, conviver, viver, principalmente. Nem sequer consigo acreditar que tenho alguém como tu do meu lado, tão presente, tão atencioso, tão amável. Acredita que também quero ter-te comigo, não só hoje, mas todos os dias que me forem possíveis. Dou tudo o que puder para estar sempre assim contigo, sempre perto de ti. Sorrir contigo, viver contigo, partilhar a minha vida contigo. - e já com umas pequenas lágrimas nos olhos, e com um riso abafado, ela continua - eu também te amo! E não é do sono, nem do café, nem de nada. É a verdade. E quero que acredites em mim, tanto quanto eu acredito em ti. Quero que fiques comigo, e que me proves que somos capazes de ser feliz. – Nicole atira-se para cima dele, na esperança de o abraçar e, assim que sente aqueles braços engelhados em si, só tem vontade de ficar ali o tempo todo, sem saírem do mesmo lugar, e da mesma posição. queria amá-lo todos os seus dias, e saber que era feliz. sim, isso podia acontecer com eles.
Ao ouvir tudo aquilo que ela lhe dissera, Gustavo quase que bloqueou. Nos oito segundos que se seguiram, só conseguia abraçá-la, beijá-la; estava sedento daquele amor. Até que lhe dirige umas palavras:
- Ouve, eu sinto que o meu coração bate por ti cada dia que passa, cada vez mais forte e estou certo de uma coisa: nasci para te encontrar, para te mostrar que existe muito mais para lá do horizonte e, se queres uma prova que somos capazes de ser felizes, basta olhares para o que está a acontecer agora mesmo neste momento! Isto é a Felicidade e eu sei que tu também o sentes. - Já estavam ambos envolvidos em todo aquele clima de romance, quando Gustavo, com a voz baixa, grave e meio ofegante, pergunta a Nicole: Já tomaste banho? - e continua a beijá-la, sem parar, enquanto espera pela resposta dela.
N: Eu só sei que quero ficar contigo. Já tenho essa certeza, meu amor! - tudo aquilo que ambos diziam, soava tão bem a Nicole! Nada poderia substituir aquilo que estava a sentir naquele momento. E, quando foi interrompida por aquela pergunta tão "a propósito", riu-se quase como um sussurro, e disse- Não, estava a contar tomar mais daqui a pouco. Porquê?
A malícia voltara ao sorriso de Gustavo.
- Porque pensei que talvez quisesses companhia… - pegou nela ao colo e, entre beijos e carícias, levou-a até à banheira.
N: Bem, não é mal pensado. Visto que tens de me compensar do outro banho que tomaste sozinho - e revirou os olhos, na tentativa de se meter com ele.
G: Então deixa-me compensar-te - e abriu o chuveiro. A água deambulava pelo corpo de ambos, ainda coberto com as roupas, que foram tirando pouco a pouco.

Sem comentários:

Enviar um comentário