Stories.

as pseudo-escritoras

Duas raparigas que , ligadas por uma profunda amizade e por uma enorme paixão pela escrita, decidiram, involuntariamente, numa monótona e triste noite, escrever algo diferente, algo que as viciou. Algo que dura até hoje. Ana Campos & Nicole Morais (L)

sábado, 28 de maio de 2011

Capítulo II (Parte IV)

G: Esquece, simplesmente esquece, não pensas nas perguntas que te coloquei agora. Abraça-me e fica assim. – Aperta-a carinhosamente e, por momentos, fecha os olhos, pensando naquilo que lhe está a acontecer.
N: Mas porquê essa reacção? És assim tão obscuro? Tão irreal e diferente daquilo que me mostraste esta noite? - Olha para ele já com um ar desiludido, sem saber o que esperar.
G: Não, não sou. Eu sou aquilo que te mostrei. – Pára, vira-se para ela e agarra-lhe nas mãos. Mas no mundo lá fora, a minha maneira de ser não sobressai assim tão facilmente. Mas hoje sobressaiu. Sobressaiu contigo, com uma mulher que conheci por acaso e que não sei se vou voltar a ver amanhã. Eu… eu acho que estou a começar a criar uma ligação contigo e... não quero não saber que nunca mais te vou encontrar.
N: Mas ninguém te está a pedir para pensares no amanhã. Aproveita esta noite, estava ser tão boa... E só não me vês amanhã se não quiseres. – Diz, por fim.
G: Mas eu quero ver-te amanhã... Quero mesmo. - E dão por eles já dentro do bar.
N: Então não penses no que aconteceu antes. Divertiste-te? Arrependes-te?
G: Não. Não sou de arrependimentos. E acredita que tudo o que fizer esta noite, será porque quis fazê-lo e não me vou arrepender disso. E tu arrependes-te? – Já estão numa mesa, com bebidas à frente, embrulhados na música ambiente e esquecidos da realidade.
N: Nicole agarra a mão de Gustaco, tentando transmitir aquilo que o seu coração está a sentir. Não me arrependo. Só daquilo que não faço...
G: Gustavo olha-a com um brilho nos olhos. Então fá-lo. Fá-lo para que não te arrependas…
N: Queres que tome isso como uma provocação? – Brinca.
G: Queres tomá-lo como tal? – Pergunta Gustavo, com um sorriso na cara. Entretanto dá um gole na bebida, sem nunca tirar aquele olhar cheio de malícia dela.
N: Como nos fizer sentir melhor. – e lança-lhe um olhar.
G: O que é que te fazia sentir melhor, agora?
N: Aquilo de que já estou à espera desde que me abraçaste, lá fora.
G: E isso é o quê, exactamente? – diz-lhe com uma voz mais grave, mas mais leve, como um sussurro.
N: Nicole olha como se o seu coração palpitasse fora do seu coração, primeiro "esconde" a cara, mas depois perde a tal timidez insinuada por ele, e aproxima o seu rosto do dele! Era por aquilo que esperara. Mesmo sem saber a vida toda daquele rapaz que conheceu "por acaso". Por segundos, interrompe o beijo e sussurra ao seu ouvido. – Não é por acaso. – e sorri.
G: Para ele, não fora um beijo qualquer. Não fora como quando beijou outra qualquer rapariga pela primeira vez. Foi intenso, explosivo. Foi um beijo subtil, mas cheio de sentimento. E ele sentiu-o. Sentiu-o como fogo a correr pelas suas veias! Desde que a vira que esperara por aquilo. Correspondeu ao beijo. Que mais poderia querer? Naquele momento só a queria fazer feliz. Por fim, diz – Diz-me… O que é suposto fazer depois de isto acontecer? Devo dizer-te que te amo ou fazer-me de difícil?...
N: Fazer-te difícil é uma boa opção... Pode servir para muita coisa. – E coloca, de novo, os seus lábios em contacto com os dele.
G: Naquele momento, quando os seus lábios se voltaram a unir e as suas línguas se encontraram, ele sentiu o seu hálito fresco, sentiu a sua respiração e ouviu o bater do coração dela. Nesse momento, desejou tê-la só sua, desejou que a noite não acabasse. Depois de muito "esforço”, afastou os seus lábios e, mesmo antes de abrir os olhos disse. – Estás a sentir o mesmo que eu?
N: Estou a sentir que o melhor sítio para estarmos, não é, definitivamente, aqui! – Ao mesmo tempo que coloca as suas mãos em torno daquele tronco completamente desejável, e por dentro da camisola.
G: Ele, com o coração a mil e o desejo a dominá-lo, pagou as bebidas, para assim abandonarem o bar. Levou-a até ao carro. Entraram. Ela tira o casaco que ele lhe colocara nos ombros. Ele coloca as mãos dela de novo por baixo da sua camisola e diz. – Este não é o melhor sítio, mas serve. E as tuas mãos deviam ter continuado aqui…
N: Nicole nem sabia que dizer, que fazer. Se pudesse, ali ficava, parada, a contemplar toda aquela beleza, e pedia-lhe que não saísse dali, de perto dela. Mas sabia que isso não era possível, por isso, para quê ficar parada quando há tanta coisa para fazer, e uma noite para aproveitar? – E as tuas deviam ter estado sempre aqui – Apontando e guiando-o para a sua cintura.
G: Perdem-se num longo beijo e numa dança silenciosa de corpos. No silêncio da noite, que entra naquele carro, palco daquele amor, só se ouve a respiração e o bater frenético de dois seres perdidos num acto de amor. A noite acaba com ambos abraçados, contemplando as estrelas, contemplando o corpo que têm ao lado, absorvendo tudo, como se a memória fosse uma esponja. E, no meio de todo aquele ambiente, ele pergunta. - Como é amanhã?

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